Resenha: Mundo Perdido - Michael Crichton

Seis anos se passaram desde os terríveis acontecimentos no Jurassic Park. Seis anos, desde que o sonho extraordinário, nos limites entre a ciência e a imaginação humana, acabou se tornando um trágico pesadelo. A Isla Nublar não era o único lugar usado por John Hammond em suas pesquisas genéticas de ponta. Agora, o matemático Ian Malcolm e uma equipe de cientistas – além de certos “pequenos clandestinos” – devem explorar outra ilha na Costa Rica, repleta dos mais perigosos dinossauros que já caminharam pela Terra.

Autor: Michael Crichton
Editora: Aleph
Páginas: 480
Classificação: 4.5/5 ♥
Formato da leitura: Físico

Eu achei o livro bem diferente do filme. O livro se passa seis anos após Jurassic Park, e o aparecimento de animais misteriosos na Costa Rica tem despertado a curiosidade de cientistas. Especialmente aos que conheciam o parque dos dinossauros.

Em outra ilha da Costa Rica, a verdade por trás da clonagem dos dinossauros vem à tona. Isla Nublar era apenas um zoológico, mas a Isla Sorna era o local de nascimento e criação em série desses seres, que viviam livres até atingir a idade ideal para serem transferidos ao parque.

A descoberta da nova ilha apresenta uma oportunidade para o matemático Malcolm e dr. Levine estudarem estes animais impressionantes na natureza selvagem, e quem sabe, descobrir o que os teria levado a extinção em massa.

A evolução ocorre principalmente por meio do nosso comportamento. [...] O comportamento pode se mover tão rápido que a adaptação cai de forma acelerada. Isso não requer asteroides, doenças, nem nada de mais. É apenas o comportamento que emerge de repente e acaba sendo fatal às criaturas que o adotam. Minha ideia era a de que os dinossauros, sendo criaturas complexas, podiam ter passado por algumas dessas mudanças comportamentais. E isso os levou à extinção. Malcolm p. 379

Se no primeiro livro Malcolm virou meu personagem favorito, neste, os holofotes são todos para Sarah Harding. A naturalista especializada em comportamento de animais selvagens nas selvas africanas é, acima de tudo, uma mulher forte e decida, sem medos.

Por toda a sua vida, outras pessoas vão tentar tirar suas realizações de você. Não faça isso consigo mesma. Sarah Harding - p. 466

Os tiranossauros continuam sendo dinossauros assustadores, mas os raptores podem ser mais cruéis, velozes e estrategistas do que eles. Mas, será que os dinossauros apresentam o mesmo comportamento na ilha do que os dinossauros que habitavam na terra há 65 milhões de anos?

Será que o comportamento acelerado do desenvolvimento dos homens realmente tem o poder de remodelar todas as espécies aos quais hoje convivem conosco? Será que representamos uma grande ameaça a vida deles e das espécies vegetais, ou somos apenas uma espécie passageira, que logo será levada à extinção e esquecida?

Sente a luz do sol em sua pele? Isso tudo é real. Está vendo todos nós, juntos? Isso é real. A vida é maravilhosa. É um dom estar vivo, ver o sol e respirar o ar. Thorne - p. 475

São estes levantamentos que o livro aborda, sendo, mais do que apenas um livro de aventura, um livro que nos faz repensar a história do homem na Terra e sua correlação com os outros seres vivos. Recomendo muito a duologia aos fãs dos filmes e destes animais incríveis aos quais hoje fascinam a todos, por serem envoltos no mistério do tempo, do qual apenas seus ossos nos contam suas histórias.