1941. A União Soviética anexa os países bálticos. Desde então, a história de horror vivida por aqueles povos raras vezes foi contada.
Aos 15 anos, Lina Vilkas vê seu sonho de estudar artes e sua liberdade serem brutalmente ceifados. Filha de um professor universitário lituano, ela é deportada com a mãe e o irmão para um campo de trabalho forçado na Sibéria.
A vida em tons de cinza conta, a partir da visão de poucos personagens, a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas durante o domínio de Stalin. Ruta Sepetys revela a história de um povo que foi anulado e que, por 50 anos, teve que se manter em silêncio, sob a ameaça de terríveis represálias.


Autor: Ruta Sepetys
Editora: Speak
Páginas: 338
Classificação: 5/5 ♥
Formato da leitura: Físico (Inglês)

No Brasil, o livro foi publicado pela editora Arqueiro sob o título: A Vida em Tons de Cinza.

Após a Lituânia ter sido invadida e se tornar parte da URSS, os soldados são instruídos a mover as pessoas de uma "lista". Após o pai de Lina, um professor universitário provost, não voltar para casa,  Lina, seu irmão e sua mãe são forçados a deixar sua casa as pressas no meio da noite.
Eu não tinha ideia do quão rápido era mudar, desaparecer. Se eu soubesse, eu teria olhado o meu reflexo, o memorizado. Seria a última vez que eu olharia em um espelho de verdade por mais de uma década. p. 12
Os soldados os levam até um caminhão com mais pessoas: professores, bibliotecários, um colecionador de selos. Depois, são colocados em trens que costumam mover gado. Lina e Jonas escapam do vagão, parado na estação, a tempo de encontrarem outro, onde finalmente encontram seu pai. Ele fala para Lina ajudá-lo a um dia se reunirem, já que Lina possui um talento nato para desenhar.
Você defende o que é certo, Lina, sem esperar por gratidão ou prêmio. p. 9
Depois disso, o trem segue para a URSS. São dias, semanas e meses em que as pessoas são privadas de sua liberdade. Quanto a Lina, ela fica cada vez mais ultrajada com o tratamento a que são submetidos. Apesar disso, começa a ilustrar os lugares que passam em um lenço, que espera que um dia chegue as mãos de seu pai, e que eles possam se reunir após aquele horror terminar.

Eles são deixados em uma fazenda de beterrabas, um campo de trabalho. Por um dia de trabalho, ganham sua "ração", um pedaço de pão ou um legume que não serve para encher suas barrigas. Sofrem humilhações e privações diariamente. Muitos adoecem e morrem, por falta de cuidados médicos.
Como poderíamos nos defender, se todos estão cobertos de medo e se recusam a falar? p.55
Esse livro se tornou um dos meus favoritos! Amo livros sobre a guerra, pois apesar de mostrarem várias atrocidades, o pior lado da humanidade, também mostram que a humanidade tem um lado bom. Mesmo que uma pessoa seja privada de sua liberdade, de sua honra, ainda assim é capaz de atos de bondade, de amor.

Uma das personagens mais tocantes do livro é a própria mãe de Lina. Sempre bondosa, sempre buscou ser útil, nunca perdeu sua fé ou esperança. Um verdadeiro exemplo de como a guerra não destruiu seu interior, sua essência.

Recomendo a leitura deste livro para todos. Esse lado da história pode ser menos conhecido do que, por exemplo, o nazismo, mas não foi menos impactante ou cruel. Esse livro foi escrito por uma filha de imigrantes da Lituânia, que teve parentes que sofreram estes horrores. Esse livro é uma voz para eles.

2 Comentários

  1. Oiii Talita

    Esse livro também se tornou um dos meus favoritos de toda a vida. Uma pena que não teve reconhecimento no Brasil, a história é super importante e é aquele tipo de leitura que todos deveriam ler pois retrata um lado da guerra que poucos conhecíamos. A escrita da Ruta é super intensa, tenho outros dois livros da autora aqui pendentes pra ler e acho que novamente vou gostar bastante.

    Beijos

    www.derepentenoultimolivro.com

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    1. Alice, que bom saber disso! Eu também quero conhecer outros livros da Ruta, gostei muito da escrita dela.

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